"She shivers, by the light she is hidden/ She flickers like a lamp lady vision/ Child of the moon, rub your rainy eyes/ Child of the moon/ Give me a wide-awake crescent-shaped smile.."
domingo, 24 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
creio..
"Creio nos anjos que andam pelo mundo,
creio na deusa com olhos de diamantes,
creio em amores lunares com piano ao fundo,
creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;
creio num engenho que falta mais fecundo
de harmonizar as partes dissonantes,
creio que tudo é eterno num segundo,
creio num céu futuro que houve dantes,
creio nos deuses de um astral mais puro,
na flor humilde que se encosta ao muro,
creio na carne que enfeitiça o além,
creio no incrível, nas coisas assombrosas,
na ocupação do mundo pelas rosas,
creio que o amor tem asas de ouro. Amén."
»Natália Correia
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Conan, gosto de ti*
Nobody in life gets exactly what they thought they were going to get. But if you work really hard and you're kind, amazing things will happen." ♥
Conan, na sua despedida da NBC.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
..este verão.. :)*
"Este Verão ensina-me
a amar as minhas cicatrizes
a enfeitar-me com marcas de estrangulamento no pescoço
Este Verão ensina-me
a fechar à chave a amargura e fico
bem roliça e anafada pareço bem tratada
Este Verão ensina-me
a gritar o bel canto
Este Verão ensina-me
que a solidão descansa
e cresce numa mão
Este Verão ensina-me
a não confundir um corpo disponível
com o desejo de felicidade
Este Verão ensina-me
a ser para cada pedra um espelho de água
Este Verão ensina-me
a amar grandes bolas de sabão e pequenas
antes de rebentarem
Este Verão ensina-me
que tudo sem nós
por si continua
Este Verão ensina-me
um rosto gelado feliz
Este Verão ensina-me
tenho que ser eu a bater no tambor
quando quiser dançar
este Verão ensina-me
a ser sem felicidade sem tristeza por uns
segundos aliada de Deus
Este Verão ensina-me
a acordar de manhã. Grata. Sozinha.
Este Verão ensina-me
que a folha do limoeiro só deita cheiro
quando a desfazemos entre os dedos."
»Ulla Hahn
terça-feira, 12 de abril de 2011
Os pobrezinhos
"Na minha família os animais domésticos não eram cães nem gatos nem pássaros; na minha família os animais domésticos eram pobres. Cada uma das minhas tias tinha o seu pobre, pessoal e intransmissível, que vinha a casa dos meus avós uma vez por semana buscar, com um sorriso agradecido, a ração de roupa e comida.
Os pobres, para além de serem obviamente pobres (de preferência descalços, para poderem ser calçados pelos donos; de preferência rotos, para poderem vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natural de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma embalagem de aspirina), deviam possuir outras características imprescindíveis: irem à missa, baptizarem os filhos, não andarem bêbedos, e sobretudo, manterem-se orgulhosamente fiéis a quem pertenciam. Parece que ainda estou a ver um homem de sumptuosos farrapos, parecido com o Tolstoi até na barba, responder, ofendido e soberbo, a uma prima distraída que insistia em oferecer-lhe uma camisola que nenhum de nós queria:
- Eu não sou o seu pobre; eu sou o pobre da minha Teresinha.
O plural de pobre não era «pobres». O plural de pobre era «esta gente». No Natal e na Páscoa as tias reuniam-se em bando, armadas de fatias de bolo-rei, saquinhos de amêndoas e outras delícias equivalentes, e deslocavam-se piedosamente ao sítio onde os seus animais domésticos habitavam, isto é, uma bairro de casas de madeira da periferia de Benfica, nas Pedralvas e junto à Estrada Militar, a fim de distribuírem, numa pompa de reis magos, peúgas de lã, cuecas, sandálias que não serviam a ninguém, pagelas de Nossa Senhora de Fátima e outras maravilhas de igual calibre. Os pobres surgiam das suas barracas, alvoraçados e gratos, e as minhas tias preveniam-me logo, enxotando-os com as costas da mão:
- Não se chegue muito que esta gente tem piolhos.
Nessas alturas, e só nessas alturas, era permitido oferecer aos pobres, presente sempre perigoso por correr o risco de ser gasto
(- Esta gente, coitada, não tem noção do dinheiro)
de forma de deletéria e irresponsável. O pobre da minha Carlota, por exemplo, foi proibido de entrar na casa dos meus avós porque, quando ela lhe meteu dez tostões na palma recomendando, maternal, preocupada com a saúde do seu animal doméstico
- Agora veja lá, não gaste tudo em vinho
o atrevido lhe respondeu, malcriadíssimo:
- Não, minha senhora, vou comprar um Alfa-Romeu
Os filhos dos pobres definiam-se por não irem à escola, serem magrinhos e morrerem muito. Ao perguntar as razões destas características insólitas foi-me dito com um encolher de ombros
- O que é que o menino quer, esta gente é assim
e eu entendi que ser pobre, mais do que um destino, era uma espécie de vocação, como ter jeito para jogar bridge ou para tocar piano.
Ao amor dos pobres presidiam duas criaturas do oratório da minha avó, uma em barro e outra em fotografia, que eram o padre Cruz e a Sãozinha, as quais dirigiam a caridade sob um crucifixo de mogno. O padre Cruz era um sujeito chupado, de batina, e a Sãozinha uma jovem cheia de medalhas, com um sorriso alcoviteiro de actriz de cinema das pastilhas elásticas, que me informaram ter oferecido exemplarmente a vida a Deus em troca da saúde dos pais. A actriz bateu a bota, o pai ficou óptimo e, a partir da altura em que revelaram este milagre, tremia de pânico que a minha mãe, espirrando, me ordenasse
- Ora ofereça lá a vida que estou farta de me assoar
e eu fosse direitinho para o cemitério a fim de ela não ter de beber chás de limão.
Na minha ideia o padre Cruz e a Saõzinha eram casados, tanto mais que num boletim que a minha família assinava, chamado «Almanaque da Sãozinha», se narravam, em comunhão de bens, os milagres de ambos que consistiam geralmente em curas de paralíticos e vigésimos premiados, milagres inacreditavelmente acompanhados de odores dulcíssimos a incenso.
Tanto pobre, tanta Sãozinha e tanto cheiro irritavam-me. E creio que foi por essa época que principiei a olhar, com afecto crescente, uma gravura poeirenta atirada para o sótão que mostrava uma jubilosa multidão de pobres em torno da guilhotina onde cortavam a cabeça aos reis"
»António Lobo Antunes
Texto citado na Conferência sobre a exclusão social.
Pensemos nisto.. este texto foi escrito acerca de uma dimensão social que se vivia há uns 40, 50 anos.. estaremos diferentes?
*
segunda-feira, 11 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
FMI!!!!
» José Mário Branco - FMI
Tão contemporâneo, não é?
Para quem se der ao trabalho de ler a letra toda...
sábado, 9 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
geração à rasca.. ou que não se sabe desenrascar?
O texto que vou colocar no blog, foi-me enviado por uma amiga para o email. Infelizmente partilho integralmente a opinião com o autor do texto.. não retirando também a culpa que os políticos corruptos (quem? são todos) da situação do país.
Aqui vai:
"A geração dos meus pais não foi uma geração à rasca.
Foi uma geração com capacidade para se desenrascar.
Numa terriola do Minho as condições de vida não eram as melhores.
Mas o meu pai António não ficou de braços cruzados à espera do Estado
ou de quem quer que fosse para se desenrascar.
Veio para Lisboa, aos 14 anos, onde um seu irmão, um pouco mais velho,
o Artur, já se encontrava.
Mais tarde veio o Joaquim, o irmão mais novo.
Apenas sabendo tratar da terra e do pastoreio, perdidos na grande e
desconhecida Lisboa, lançaram-se à vida.
Porque recusaram ser uma geração à rasca fizeram uma coisa muito simples.
Foram trabalhar.
Não havia condições para fazerem o que sabiam e gostavam.
Não ficaram à espera.
Foram taberneiros.
Foram carvoeiros.
Fizeram milhares de bolas de carvão e serviram milhares de copos de
vinho ao balcão.
Foram simples empregados de tasca.
Mas pouparam.
E quando surgiu a oportunidade estabeleceram-se como comerciantes no ramo.
Cada um à sua maneira foram-se desenrascando.
Porque sempre assumiram as suas vidas pelas suas próprias mãos.
Porque sempre acreditaram neles próprios.
E nós, eu e os meus primos, nunca passámos por necessidades básicas.
Nós, eu e os meus primos, sempre tivémos a possibilidade de acesso ao
ensino e à formação como ferramentas para o futuro.
Uns aproveitaram melhor, outros nem tanto, mas todos tiveram as
condições que necessitaram.
E é este o exemplo de vida que, ainda hoje, com 60 anos, me norteia e me
conduz.
Salvaguardadas as diferenças dos tempos mantenho este espírito.
Não preciso das ajudas do Estado.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.
Não preciso das ajudas da família que também têm as suas próprias vidas.
Não preciso das ajudas dos vizinhos e amigos.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.
Preciso de mim.
Só de mim.
E, por isso, não sou, nunca fui, de qualquer geração à rasca.
Porque me desenrasco.
Porque sempre me desenrasquei.
O mal desta auto-intitulada geração à rasca é a incapacidade que revelam.
Habituados, mal habituados, a terem tudo de mão beijada.
Habituados, mal habituados, a não precisarem de lutar por nada porque
tudo lhes foi sendo oferecido.
Habituados, mal habituados, a pensarem que lhes bastaria um canudo de
um qualquer curso dito superior para terem garantida a eterna e fácil
prosperidade.
Sentem-se desiludidos.
E a culpa desta desilusão é dos "papás" que os convenceram que a vida
é um mar de rosas.
Mas não é.
É altura de aprenderem a ser humildes.
É altura de fazerem opções.
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não encontram emprego "digno".
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não conseguem ganhar o
dinheiro que possa sustentar, de imediato, a vida que os acostumaram a
pensar ser facilmente conseguida.
Experimentem dar tempo ao tempo, e entretanto, deitem a mão a qualquer
coisa.
Mexam-se.
Trabalhem.
Ganhem dinheiro.
Na loja do Shopping.
Porque não ?
Aaaahhh porque é Doutor...
Doutor em loja de Shopping não dá status social.
Pois não.
Mas dá algum dinheiro.
E logo chegará o tempo em que irão encontrar o tal e ambicionado
emprego "digno".
O tal que dá status.
O meu pai e tios fizeram bolas de carvão e venderam copos de vinho.
Eu, que sou Informático, System Engineer, em alturas de aperto, vendi
bolos, calças de ganga, trabalhei em cafés, etc.
E garanto-vos que sou hoje muito melhor e mais reconhecido socialmente
do que se sempre tivesse tido a papinha toda feita.
Geração à rasca ?
Vão trabalhar que isso passa."
Não faço ideia quem escreveu, mas escreveu muito bem ;)
:)*
quinta-feira, 7 de abril de 2011
terça-feira, 5 de abril de 2011
segunda-feira, 4 de abril de 2011
CAMPEÕEESS CAMPEÕEEES NÓS SOMOS CAMPEÕEEEES!
Ora encontro-me em estado maravilha por causa do meu FCP..No meio desta crise económica e ambiental, só o meu FCP para me dar alegrias! Geeeeeentxi! :D :D
Adoro ver os comentários no JN, encontram-se sempre pérolas.
Mas antes, devo aqui explanar algumas pérolas que ouvi de benfiquistas ressabiados, tais como:
- o FCP já fez isto em 2009 no jogo não sei com quem
- O Pinto da Costa já tinha pago este campeonato préviamente com fruta e café com leite
- Em 1993, o FCP deitou diluente e veneno nos chuveiros em que os jogadores do SLB iam tomar banho e coitadinhos foram todos para o hospital
- O Roberto foi drogado antes de entrar no jogo
- O Pinto da Costa pertence a uma máfia da América Latina, poderosíssima
Ora depois destas belas pérolas de quem não sabe perder e pensa que ainda está em 1954, aqui vai a tal do adepto portista no JN:
"O que eu descobri..
... num só dia:- que o SLB está tão à rasca de dinheiro que não consegue pagar a conta da luz- que a razão é ter uma conta tão grande na EPAL- que o Jesus afinal não é eletricista (pensava que aquela trunfa era do homem apanhar choques electricos todos os dias)- que é possivel expulsar 1 jogador com duplo amarelo sem ele ter cometido sequer 1 falta- que o Paraguai tem o campeão nacional de karaté a jogar no Benfica- que afinal existem macacos brancos em Lisboa (vi com os meus olhos 1 a ser preso pela polícia antes do jogo)... eu pensava que era tudo macacos de andaimes- que era possivel perdoarem mais cartões vermelhos a jogadores da mesma equipa do que no jogo da supertaça...- e...que existem bolas de golfe amarelas!!!!!!!"
Pois é meu caro anónimo.. há coisas fantásticas não há?
;)
Talvez ainda...
«Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: «A noite tem estrelas e, azuis, os astros tiritam na distância.»
O vento nocturno gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-o e, por vezes, ele também me quis.
Em noites como esta tive-o nos meus braços,
beijei-o tantas vezes sob o céu infinito.
Ele quis-me e por vezes eu também lhe queria.
Como não ter amado seus grandes olhos firmes?
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não o tenho. E sentir que o perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ele.
E o verso cai na alma qual o prado o rocio.
Que importa o meu amor não pudesse guardá-lo!
A noite tem estrelas e ele não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se conforma com havê-lo perdido.
Como para aproximá-lo, o meu olhar procura-o.
Meu coração procura-o, ele não está comigo.
A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Porém, nós já não somos os mesmos desses dias.
Já não lhe quero, é certo, mas quanto amor lhe tive!
Minha voz buscava o vento para tocar seus ouvidos,
De outra. Será de outra. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Já não lhe quero, é certo, mas talvez ainda lhe queira.
É tão breve o amor, é tão longe o olvido.
Porque em noites como esta tive-o nos meus braços.
Minha alma não se conforma com havê-lo perdido.
Embora esta seja a última dor que ele me causa
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.»domingo, 3 de abril de 2011
Enfim...
..silêncios..
"Deram-me o silêncio para eu guardar dentro de mim
A vida não se troca por palavras.
Deram-mo para eu guardar dentro de mim
As vozes que só em mim são verdadeiras.
Deram-mo para eu guardar dentro de mim
A impossível verdade da palavra.
Deram-me o silêncio como uma palavra impossível,
Nua e clara como o fulgor de uma lâmina invencível,
Para eu guardar dentro de mim,
Para eu ignorar dentro de mim
A única palvra sem disfarce –
A palavra que nunca se profere."
»Adolfo Casais Monteiro