quarta-feira, 30 de março de 2011

Die Welle





..é por estas e por outras, que adoro as aulas da Dra Paula Morais.
Fantástico.

terça-feira, 29 de março de 2011

*


"A liberdade não é uma filosofia e nem sequer uma ideia, é um movimento da consciência que nos leva, em certos momentos, a proferir dois monossílabos: Sim ou Não. Na sua brevidade instantânea, como a luz do relâmpago, desenha-se assim o sinal contraditório da natureza humana."

»Octávio Paz

*



"..Parece que existe no cérebro uma zona perfeitamente específica que poderia chamar-se memória poética e que regista aquilo que nos comoveu, aquilo que dá à nossa vida a sua beleza própria. Desde que Tomas conhecera Tereza, nenhuma mulher tinha o direito de deixar qualquer marca, por mais efémera que fosse, nessa zona do seu cérebro.."

»Milan Kundera, in A Insustentável Leveza do Ser

:)

sexta-feira, 25 de março de 2011

*



..no meio desta vida atribulada/stressante em que vivemos, nunca nos esqueçamos daqueles com quem partilhamos o coração e a vida.. cada vez menos há tempo para amar, mas como eu sou do contra, amo cada vez mais ;)*

quinta-feira, 24 de março de 2011

*



"Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente."

Maiakóvski

domingo, 20 de março de 2011

adoro *



bem, aos 29 anos é que conheço Lenine. tristeza, tristeza.

De qualquer modo o mundo continua.



"Nós vivemos na cidade quase sempre perdidos
nas nossas pequenas razões. Estas ruas
ainda prometem mais do que podem cumprir?
A breve epifania do amor ou simplesmente
um cúmplice que nos diga, à mesa de um café,
que não faz mal, que pouco importam
as perdas e danos que sofremos.

De qualquer modo o mundo continua.

Entre o medo e a esperança
procuramos a nossa incerta morada
e enquanto isso envelhecemos mais um dia,
colhidos pelo tempo em plena queda. Nas praças,
nos quintais, a noite aparece depois do jantar
cheia de boas promessas, mas já vem condenada
ao tropel dos crentes, ao cego movimento da manhã."

»Rui Pires Cabral

quinta-feira, 17 de março de 2011

:)*



"..though nothing can bring back the hour
of splendour in the grass,
of glory in the flower;
we will grieve not, rather find
strength in what remains behind."

»william wordsworth

terça-feira, 15 de março de 2011

Pray *


"Oh, Great Spirit
Whose voice I hear in the winds,
And whose breath gives life to all the world,
hear me, I am small and weak,
I need your strength and wisdom.
Let me walk in beauty and make my eyes ever behold
the red and purple sunset.
Make my hands respect the things you have
made and my ears sharp to hear your voice.
Make me wise so that I may understand the things
you have taught my people.
Let me learn the lessons you have
hidden in every leaf and rock.

I seek strength, not to be greater than my brother,
but to fight my greatest enemy - myself.
Make me always ready to come to you
with clean hands and straight eyes.
So when life fades, as the fading sunset,
my Spirit may come to you without shame."


»(translated by Lakota Sioux Chief Yellow Lark in 1887)

.. a Natureza está a devolver tudo o que lhe demos. O Japão é o último exemplo disso. Quase que acredito nas fadinhas fláfláflás com as teorias do 2012. Quase.

domingo, 13 de março de 2011

....



"Não sei o que é um espírito. Ninguém
conhece a fundo a luz do seu abismo
enquanto o vento, à noite, vai abrindo
as infinitas portas de uma casa
vazia. A minha voz
procura responder a outra voz,
ao choro dos espectros que celebram
a sua missa negra, o seu eterno
sobressalto. Num ermo
da cidade magoada escuto ainda
o rumor de um oráculo,
a febre de um adeus que se prolonga
no estertor dos ponteiros de um relógio,
nesse ritmo feroz, na pulsação
do meu sangue exilado que recorda
um abrigo divino. pai nosso, que estás
entre o céu e a terra, conduz-me
ao precipício onde hibernou a alma
e ensina-me a romper a madrugada
como se a minha face fosse
um estilhaço da tua
e nela derretessem, por milagre,
estas gotas de gelo ou de cristal
que não sabem ser lágrimas."

Fernando Pinto do Amaral

Parte 6*

Parte 5*

Parte 4*

Parte 3*

Parte 2*

Parte 1*

quarta-feira, 9 de março de 2011

tive de partilhar aqui. teve de ser!



Por ser verdade e por ser uma vergonha,

"O jornal "A Bola" é para mim uma espécie de resquício em forma de folhetim diário da visão futebolística dos tempos antigos. Vive às custas da imagem de um clube porque esta continua a vender, já o fado nem tanto, Fátima lá está e o outro senhor, a quem convinha ter o povo feliz e embriagado, sereno e de mordaça, faz tijolo há muito tempo. Mas o jornal continua a viver numa espécie de redoma de impunidade futebolístico-intelectual sem grande intelecto, dando-se ao luxo de produzir capas facciosas e tendenciosas como a de ontem. Vale tanto como um folheto do Lidl, mas com muito menos variedade.

Pouco lhes importa se menorizam e enxovalham neste processo de defesa cego a um só clube os adeptos, as equipas, e todos os profissionais de clubes alheios. Uma total ausência de respeito pelos restantes. Aproveitando-se deliberadamente de um país em que a maioria é benfiquista, o jornal "A Bola" chuta para canto a isenção e dá-se ao luxo de criar capas como esta que vemos mais acima. Palavras para quê? Lendo o jornal, o Sporting de Braga parece não ter jogado e marcado dois golos e pelos vistos o FC Porto também não havia ganho ao Vitória de Guimarães no dia anterior, precisou por isso do Sr. Carlos Xistra. E o Roberto não sofreu um golo do meio campo, coisa que nem nos jogos dos infantis se vê. Foi tudo ilusão. Lá teremos daqui a algum tempo e a custo que fazer uma capa a dizer "FC PORTO CAMPEÃO ". Imagino o sofrimento e o ambiente pesado na redação.

Acho que qualquer pessoa minimamente inteligente percebe que o Benfica não precisa disto. Um benfiquista não precisa que um órgão de informação não oficial do clube produza contra-informação permanente que visa exclusivamente encobrir, aligeirar ou justificar desaires. Vitórias enaltecidas como se da batalha de Aljubarrota se tratassem. Miminhos e agrados. As contratações melhores do mundo. Jesus é Deus na terra e Deus Pai Nosso Senhor que se lixe ou vá treinar o Alverca. Agora entende-se a reunião da direção do clube com alguns meios de comunicação social há alguns meses ("definir estratégias"- disseram então...)

O Benfica é muito maior que o jornal "A Bola" e levantar-se-á por ele próprio se cair. Não precisa do andor ou de empurrões em formato de papel. É isso que distingue os clubes ditos grandes dos outros. Nem o jornal "O Jogo", que todos adoram apontar, e com alguma razão, como o jornal oficial do Porto clube, foi capaz alguma vez de produzir uma capa deste calibre. Reles. E jamais em tempo algum menosprezou uma vitória do Benfica. Nunca vi. Nunca li. Mostrem-me.

Esta capa do jornal "A Bola" é provavelmente o maior nojo jornalístico-desportivo dos últimos 20 anos. É de uma azia inexplicável, inqualificável e inadmissível entre profissionais (não todos certamente) mas ajuda em parte a explicar porque é que o FC Porto tem a garra que tem e é neste momento o único clube a ser visto e considerado como "grande" fora de portas. São estas coisas que alimentam o Dragão. Cá dentro continuam a ser tratados como os saloios do costume pela mesquinha e bolorenta comunicação. Mérito a quem o tem. Enorme FC Porto.

PS: Não entendo como ainda há pessoas, adeptos de outros clubes que não o Benfica, que continuam a escrever opinião neste jornal de propaganda avermelhada como se nada se passasse. Devem ser mesmo muito bem pagas."

Subscrevo inteiramente as palavras deste senhor.. Não apenas por ser portista, mas porque é uma falta de respeito à inteligência de todos os que gostam de futebol.

*



"Nunca se pode concordar em rastejar, quando se sente ímpeto de voar"

»Helen Keller

*

:)

*



"Às vezes penso que se fosse uma magnólia quereria ser um laranjeira, se fosse um águia quereria ser um cavalo ou se fosse um quadro quereria ser uma fotografia. Esqueço-me que devo ser o que sou. Pela evidência de ser o único que tenho e posso ser e, porque, só quando gostar disso é que posso tocar a felicidade e passá-la.
Fico a pensar que perdemos demasiado tempo em querer dar laranjas, em galopar velozmente ou em ser o flash de um instante supremo. Quando, na verdade, o que podemos fazer é chegar a dar muitas e belas flores, voar cada vez melhor ou tornarmo-nos até num Rembrandt.
Cada qual deve acabar por pegar na própria vida nos braços e beijá-la"

»Arthur Miller

terça-feira, 8 de março de 2011

humanidadedesumanizada.



"Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar."


»Bertold Brecht

sábado, 5 de março de 2011

*


"Sempre me dei ares de rapariga muito solta. Mas, para falar verdade, estive a
fazer as contas no outro dia, e só tive onze amantes. Sem contar com o que
aconteceu antes de eu ter treze anos porque, a bem dizer, essa parte não conta.
Onze. Isso faz de mim uma puta? Olha para a Mag Wildwood. Ou a Honey Tucker. Ou
a Rose Ellen Ward. Elas já fizeram truca-truca tantas vezes que podiam formar
uma banda de percussão. É claro que eu não tenho nada contra as putas. A não ser
uma coisa: algumas podem ser verdadeiras mas têm corações falsos. Quer dizer,
não se pode foder o tipo e descontar os cheques dele sem pelo menos tentarmos
acreditar que o amamos. Eu cá tentei sempre.

Além disso, deitei
fora todos os meus horóscopos. Devo ter gasto um dólar em todas as estrelinhas
do raio do planetário. É uma chatice mas a verdade é que as coisas boas só nos
acontecem se formos bons. Bons? É mais se formos honestos, não uma
honestidade de cumprir a lei… -eu cá era capaz de profanar uma campa
e de roubar os dois olhos de um morto se achasse que isso me dava gozo por um
dia -mas uma honestidade para connosco. Tudo menos ser-se
cobarde, fingido, um bandido emocional, uma puta: preferia ter cancro a
um coração falso. O que não tem nada de beato, é uma questão muito
prática. O cancro pode matar, mas a alternativa de certeza que mata. Oh, que se
lixe, passa-me a guitarra que eu canto-te um fado num português
impecável."

» Truman Capote

*


Em 1854, ao ser sondado pelo governo Norte-Americano sobre o interesse de venda de suas terras, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, redigiu o hino de amor a suas origens que publicamos abaixo, documento cuja mensagem resgata os vínculos do homem com a natureza.

O que ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra. Há uma ligação em tudo…

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem – todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.
O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.
Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos.
E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro – o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir.
Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.
Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos – e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnadas do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.
Onde está o arvoredo? Desapareceu.
Onde está a águia? Desapareceu.
É o final da vida e o início da sobrevivência.
Carta do Chefe Seattle ao Presidente dos EUA Franklin Pierce, escrita em 1854.
* texto encontrado no blog: http://artesdosul.blogspot.com/p/carta-seattle.html

Good Morning Saturday!





“The heart was made to be broken.”
» Oscar Wilde

sexta-feira, 4 de março de 2011

*



"Um cigarro
ninguém tem
um cigarro?
um copo de vinho
um amor perdido
uma causa iludida
uma angústia a mais?
alguém quer trocar
de veias
de sangue
de coração
de pulmões?
um cigarro
ao menos
ninguém tem
um cigarro?"



»Carlos Alberto Machado

quinta-feira, 3 de março de 2011

coração.morto.morto?*



“Não é uma tartaruga
Escondida na sua pequenina carapaça verde.
Não é uma pedra para pegar
e por debaixo da tua asa preta.
Não é uma carruagem antiquada de metro.
Não é um pedaço de carvão que tu podes acender.
É um coração morto.
Está dentro de mim.
É um estranho
mas já foi afável,
abrindo e fechando como uma amêijoa

O que me custou, tu não podes imaginar
psis, padres, amantes, filhos, maridos,
amigos e tudo o resto.
O quão caro que foi continuar.
Também devolveu
Não o negues.
Quase que me pergunto se Abril o poderia devolver à vida
Uma tulipa? O primeiro botão?
Mas esses são apenas devaneios meus
a pena que se tem apenas quando se olha para um cadáver.

Como é que ele morreu?
Chamei-lhe MALVADO
disse-lhe, os teus poemas tresandam como vómito.
Não fiquei para ouvir a última frase.
Morreu na palavra MALVADO.
Eu fiz isso com a minha língua.
A língua, dizem os chineses
é como uma faca afiada
mata sem derramar sangue
.“

»Anne Sexton

quarta-feira, 2 de março de 2011



“To love. To be loved. To never forget your own insignificance. To never get used to the unspeakable violence and the vulgar disparity of life around you. To seek joy in the saddest places. To pursue beauty to its lair. To never simplify what is complicated or complicate what is simple. To respect strength, never power. Above all, to watch. To try and understand. To never look away. And never, never, to forget.”
» Arundhati Roy

life is simple ;)*