"She shivers, by the light she is hidden/ She flickers like a lamp lady vision/ Child of the moon, rub your rainy eyes/ Child of the moon/ Give me a wide-awake crescent-shaped smile.."
domingo, 12 de junho de 2011
Aprender a deixar ir *
"(...)
Porque será que fazemos isso? Por alma de quem deixamos que a nossa mente nos domina?
Penso que em parte, isso tem a ver com um dos aspectos mais difíceis que vêm com o privilégio de dispor de uma mente consciente: ela tem a tendência de se impor até ao ponto de nos confundirmos com ela. Mas não somos a nossa mente. A mente é um dos atributos do ser humano - a forma que acolheu a nossa consciência, a nossa alma. Não somos obrigados a sujeitar-nos aos caprichos da mente! No momento em que há um entendimento profundo que a nossa mente, ela própria, é causa de muito do nosso sofrimento, podemos fazer o passo decisivo e começar a libertar-nos dos pesados padrões de pensamento.
(As quatro aproximações que são mencionadas, encontram-se no Dhammapada, um dos textos que formam a base do budismo Theravada.)
1 Deitar fora o que te pesa. Abre a mão!
É impressionante o cargo emocional que somos dispostos a carregar connosco. Preocupações sobre os outros, sobre a nossa interacção com outros; preocupações sobre o futuro; cenários sobre como podemos falhar, ser incapaz, infeliz, pobre... Tudo em conjunto transforme-se num peso que parece pender do nosso pescoço ou nos ombros. E porquê? O que isso te traz em termos de felicidade? Na verdade, o que traz é sofrimento por antecipação, ou sofrimento através das emoções não digeridas e associadas à memória. Mas o peso só existe enquanto o carregues. Porque não deitar fora o peso?
A tua mente não está agarrada aos pensamentos de sofrimento por ter essa natureza: foi um processo de socialização, aculturação e habituação que levou a tua mente a ter manobras para se segurar, ter uma noção de controlo sobre os acontecimentos. Mas podes também habituar a mente a não se agarrar ao futuro ou ao passado, e virar-te para o que realmente importe: estar no momento, e sentir o momento. É no Aqui e Agora que possas actuar e tomar as decisões conscientes que vão construir o teu futuro.Mas para isso tens que estar presente!
2 Viver no momento: faça só uma coisa cada vez.
Temos todos muita coisa que nos preocupa. Família, casa, trabalho, amigos, falta de tempo, colegas que chateiam, invejas e ciúmes que nos são lançados, o dinheiro que falta ao fim do mês, as tarefas que se acumulam... A um dado momento no dia podem passar milhares de pensamentos, muitos deles não tendo nada a ver com a actividade que estamos a desempenhar ou a conversa que estamos a ter. Mas porquê tentar dividir a capacidade mental sobre tantos assuntos? Corre-se o risco de não fazer satisfatoriamente o que decidimos fazer; mais: Viver no aqui e agora, consciente do que estamos a fazer, disponibilizando toda a nossa capacidade mental e atenção... para fazer uma coisa de cada vez. Dando a nossa energia toda, sempre podemos ter a certeza que fizemos tudo para que as coisas correm bem. Não haverá lugar para dúvidas: dás o que tens de melhor: a tua atenção completa.
Talvez seja preciso estabelecer prioridades - assim seja. Não é preciso sentir-te em falta ou culpado por não dar a tua atenção às coisas que esperam a sua vez - quando chegar a vez delas, podem contar também com a tua atenção completa.
3 Perceber que estamos sempre no momento certo no lugar certo.
A lei do karma implica que tudo o que nos acontece, é resultado das nossas acções - e qualquer acontecimento serve para aprendermos com as consequências das nossas acções e, em simultâneo, é uma oportunidade de tomar as acções que vão constituir a base do nosso futuro. Ou seja: estás sempre no lugar certo e no momento certo - mesmo quando isso parece colidir com a convicção da tua mente e do teu ego... Ao aprendermos a inevitabilidade da vida, podemos começar a perceber que não é no exterior que se encontram as condições para sermos feliz, neste momento e na circunstância que te encontras. Se apontamos com o dedo para fora, implicando que são os outros que nos impedem, fechamos os olhos para o que podemos fazer por nós.
Depois de aceitar que estamos sempre no lugar certo e no momento certo, podemos começar a ver que isso sempre é para o nosso próprio bem: serve a nossa aprendizagem. Infelizmente, as lições do karma só podem ser compreendidas na sua plenitude, após da aprendizagem.
No entanto, podemos ficar reconfortados com a perspectiva que se abre. Podemos começar a querer estar onde estamos - porque o nosso desejo final é evolução.
No momento em que começas a querer estar onde estás... o lugar onde estás deixa de ser uma prisão! E podemos descobrir algo maravilhosa: só estavam à vista as paredes da clausura da situação, enquanto na nossa percepção era uma prisão. Mas depois de começar a ver que estamos no lugar onde precisamos e queremos estar, vemos onde estão as janelas, as portas, se estão abertas, o que há além das paredes!
4 Cultivar a mente-anti-aderente.
O último truque para libertar-nos de peso emocional, é de facto um truque de prevenção: ter uma mente-anti-aderente. Não deixas que os eventos, acontecimentos, encontros, conversas, te colam nas paredes cerebrais. Cultivar uma atitude de observar o que acontece, tirar as conclusões que precisam ser tiradas, e deixar que as coisas passam, faz com que nada cola....
É como ter uma frigideira anti-aderente... precisa de ser passada por água para livrar-se dos restos dos omeletes, sob pena do próximo ter o sabor do último.
Há muitos exercícios possíveis para treinar a mente de descarregar peso, ser mono-funcional, aceitar o lugar do momento, e ser anti-aderente. Nas meditações ensaiamos todas as semanas alguns; mas o segredo de ser bem-sucedido está na disciplina diária. Não basta saber o que precisas fazer: é preciso fazé-lo!"
texto retirado do blog http://cavalo-de-vento.blogspot.com/
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sábado, 11 de junho de 2011
"She was breathing deeply, she forgot the cold, the weight of beings, the insane or static life, the long anguish of living or dying. After so many years running from fear, fleeing crazily, uselessly, she was finally coming to a halt. At the same time she seemed to be recovering her roots, and the sap rose anew in her body, which was no longer trembling. Pressing her whole belly against the parapet, leaning toward the wheeling sky, she was only waiting for her pounding heart to settle down, and for the silence to form in her. The last constellations of stars fell in bunches a little lower on the horizon of the desert, and stood motionless. Then, with an unbearable sweetness, the waters of the night began to fill her, submerging the cold, rising gradually to the center of her being, and overflowing wave upon wave to her moaning mouth. A moment later, the whole sky stretched out above her as she lay with her back against the cold earth."
»Albert Camus
quarta-feira, 8 de junho de 2011
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sexta-feira, 3 de junho de 2011
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